Naquela dia em que acordei era noite, calcei meu sapato
esquerdo no pé direito e consequentemente o pé esquerdo foi calçado com o
sapato direito. Era um dia que mais parecia noite, ou era mesmo a noite. Sai de
casa pela porta de entrada, peguei o carro e fui sem saber o que estava
fazendo, era mesmo uma noite estranha, onde a Lua estava opaca e as estralas pouco
brilhava. Confusão mental? Poderia ser, mas isso tudo tinha o propósito.
Passando de carro pelo semáforo, parei no verde e acelerei no vermelho, acendi
meu cigarro pelo filtro, e reparei que
minha camiseta estava ao avesso, assim como aquela noite estava um tanto pouco
esquisita, mas juro, juro que olhei no relógio de ponteiro ele rodava sentido
contrário, (Oxi, o que tinha naquele filtro que fumei). Mas continuei seguindo
em frente aquele caminho que parecia que estava voltando, estranha a sensação
de dejavu, mas deixei me levar e senti o frio em minhas pernas, que estavam de
fora devido à bermuda que coloquei num dia de frio daqueles. O meu carro parou,
e não quis mais ir pra frente, só andava de marcha ré, desisti do carro e segui
a pé, aquele sapato ao contrario me incomodava, mas só queria ir em frente, e
com pressa não sei de que, vi o gato correndo atrás do cachorro, o rio que ia
pra frente voltando pra trás, e estava tudo estranho.
Chegando
ao local onde eu parei, era conhecido, era a casa do meu amor, “O que estou
fazendo aqui se ela me mandou embora?”. Pelo sim ou pelo não, toquei a
campainha e esperei, olhei no relógio, era a hora que eu tinha saído da casa
dela, e realmente ou irrealmente o tempo voltou. Ela foi atender a porta com
lágrimas nos olhos, e sem dizer uma palavra me abraçou, me apertou, me beijou,
me olhou e finalmente disse: “Orei muito para o tempo voltar e para que nada daquilo tivesse realmente
acontecido” Agora eu já não lembrava de mais nada, e sem saber o que aconteceu,
pra mim o dia recomeçou daquele momento.
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