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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Da janela eu vi.

Logo pela Manhã, como de costume, abri a janela de minha casa. Da janela vejo a rua de meu bairro, da janela vejo um ponto de onibus, com várias pessoas, estudantes, trabalhadores, esperando o onibus das 6:30. Da janela vejo todos os dias as mesmas pessoas. Mas nesta manhã, algo me chama atenção, no ponto de onibus, tinha uma pessoa diferente, que ali não costumava ficar, era um homem que aparentava ter em torno de 40 anos, ele estava com sua barba a fazer, roupas não rasgada, mas sujas, estava com um tenis de boa marca, mas porem, estava sujo. Carregava junto a ele uma pequena mochila, e um violão, ele estava sentado ao chão encostado numa parede atrás do ponto de onibus. O homem não pedia dinheiro, nem pão, só pedia um pouco de atenção, para que as pessoas escutassem sua canção. Musica que prometia retratar o que ele sentia, e também um pouco de sua história, triste história de sua vida. Pois ninguém lhe dava atenção.
Da janela onde eu estava, torcia para que ele cantasse aquela canção, que tanto queria cantar, para as pessoas escutar. Um jovem estudante entediado com a demora do onibus que parece estar atrasado, falou para o homem indiguinado, que então cantasse sua canção, para assim a hora mais de pressa passasse, e tirasse sua tenção.
Da janela e vi e ouvi, aquela canção, triste, que contava sua história de vida, e as dores de seu coração, naquela canção contava a ingratidão que ele tinha sofrido, ingratidão que uma paixão mal resolvida, ele tinha sofrido, ele dava de tudo para essa sua paixão, casa comida e colchão, sua vida era perfeita, ele amava e assim achava que era também amado. Mas um belo dia de domingo, dia se sol, estava ele e sua paixão passeando pelo parque, sua paixão fora comprar um balão de coração, para guardar de recordação, ele esperou sua paixão voltar com o balão, ele esperou com um sorriso, esperou, esperou, mas não veio o balão e nem mesmo sua paixão, desilusão, era isto que ele sentia. Isto aconteceu a um ano, e ele diz que ainda espera, com a mesma roupa, com o mesmo tenis e violão, ele espera sua paixão com o prometido balão de coração. O onibus passou, ninguém entrou, todos comovidos com aquela canção.
Da janela eu me vi chorar, eu me vi indo o abraçar, pois aquela paixão que ele tanto dizia, era a mim que ele se referia.

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