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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Amizade Esperança

Estava eu, em minha pacata cidade do interior paulista com 3 mil habitantes, todos conhecem todos, nada acontece de diferente. Moro na zona rural desta cidade, a única diversão é olhar alguns carros passando, levantando poeira.
Num certo dia, num sábado ensolarado, estava eu sentado na beira da estrada, vendo os carros passando e levantando poeira, não dava para ver nada. Eis que surgem 8 pessoas andando na estrada, com mochilas, malas, e também reclamando da poeira. Num dia de calor e sol, eles estavam indo para a cachoeira que era ali perto mesmo. Cheguei ao lado deles e fiz amizade com todos.
Nesse caminho fomos conversando, correndo, parava, descansava, mas fomos indo. Chegando a cachoeira, ficamos felizes, nesse calor cachoeira é muito bom. Eles estavam carregando muitas malas, deixaram em cima das pedras todas as malas, roupas, comida e bebidas. Enquanto eles se banhavam, fiquei tomando conta de suas coisas, para ninguém roubar, pois como eu já conhecia ali, sabia que não podia deixar os pertences assim, “atoa” porque roubam mesmo.
Mais tarde saímos da cachoeira, fomos a um gramado, eles estavam famintos e eu também, resolveram fazer um lanche, todos comeram, tinha pão, presunto e queijo. Deram-me alguns pães e ficamos satisfeitos. Após o lanche tiraram um cochilo, mais uma vez fiquei tomando conta de suas coisas. Enquanto eles dormiam, vieram tentar roubar as coisas que eu estava tomando conta. Não deixei roubar, briguei com o sujeito, na hora eles acordaram e me ajudaram até que tudo ficasse bem.
Após acordar, juntamos tudo e fomos embora. Pegamos a estrada novamente em direção a cidade, andamos bastante, e muitos carros passavam levantando poeira. Mas ai acontece algo, um carro parou, eles subiram em sua caçamba traseira, todos contentes, e eu sem entender nada, não subi...E o carro começou a andar, e eu desesperado sem entender nada, comecei a correr atrás do carro, eu lati, lati e lati, atrás do carro, e o carro não parava. “O que está acontecendo? Eles não gostaram de mim”. E eu latia, ai eles perceberam eu ali, correndo atrás de carro naquela poeira, corria muito e eles gritavam meu nome, e eu respondia com latidos. Após dois quilômetros eu cansei minhas patas não agüentavam mais, ai parei, fiquei olhando para eles indo embora e berrando meu nome que eles mesmos tinham me dado.
Nunca mais eu os vi. Ainda espero todos os dias, vejo os carros passando e ainda tenho a esperança que sejam eles.

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